Área será transformada ao fim do processo judicial que apura as responsabilidades pelo incêndio
Eduardo Lima, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 27/01/2023, às 14h37
O prédio onde funcionava a Boate Kiss, a casa noturna onde um incêndio matou 242 pessoas há dez anos atrás, em Santa Maria (RS), dará espaço a um memorial quando o processo judicial que apura e investiga os responsáveis pelo incêndio chegar ao fim. As informações são da CNN Brasil.
Atualmente, o imóvel está cheio de intervenções em sua fachada homenageando as vítimas e pedindo por justiça. Além das vítimas fatais, mais de 600 pessoas ficaram feridas nessa que é uma das tragédias recentes mais marcantes da história brasileira.
O prédio da Boate Kiss será substituído por um projeto do arquiteto paulista Felipe Zene Motta. Paulo Carvalho, integrante da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e pai de uma das vítimas, afirma que o projeto para o memorial já foi aprovado e agora eles estão em andamento para a fase de arrecadação.
Carvalho explica que o projeto tem “uma referência muito clara de segurança contra incêndios” e que ele pode vir a ressignificar um lugar tão traumático para a cidade.
A fachada do memorial terá um grande muro de concreto e tijolos que bloqueia quase completamente a visão do interior, com uma abertura no meio. O arquiteto explica que “a austeridade da fachada representa o luto”.
O projeto de Zene Motta para a parte interna inclui um jardim circular cercado por 242 pilares de madeira, cada um com o nome de uma vítima e o e para uma flor. É, de acordo com ele, a oportunidade de transformar uma memória negativa em uma reflexão.
Além do jardim, o memorial vai abrigar um auditório, uma sala multiuso com o acervo de uma exposição multimídia permanente e uma sala para abrigar a sede da AVTSM e outras atividades coletivas.
