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Dinossauros de pescoço comprido não mastigavam bem, aponta estudo

Novo estudo publicado na revista científica Current Biology mostrou evidências de que os saurópodes não mastigavam bem sua comida

por Giovanna Gomes
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Publicado em 10/06/2025, às 08h24

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Diamantinasaurus matildae em ilustração - Divulgação/Travis Tischler
Diamantinasaurus matildae em ilustração - Divulgação/Travis Tischler

Uma equipe de pesquisadores encontrou, enquanto analisava o abdômen fossilizado de um saurópode (Diamantinasaurus matildae), evidências de que a espécie era herbívora e que o animal não mastigava muito sua comida. O estudo foi publicado na revista científica Current Biology.

"Jamais um conteúdo intestinal de saurópode tinha sido encontrado, apesar de saurópodes serem conhecidos a partir de fósseis encontrados em todos os continentes e de se saber que o grupo viveu por pelo menos 130 milhões de anos", declarou Stephen Poropat, pesquisador da Curtin University (Austrália) e autor principal do estudo, em comunicado.

"Essa descoberta confirma várias hipóteses sobre a dieta dos saurópodes que foram feitas com base em estudos de sua anatomia e comparações com animais modernos”, disse ele, segundo o portal Galileu.

Acredita-se que os saurópodes, que viveram entre 94 a 101 milhões de anos atrás, foram os maiores herbívoros terrestres e que a espécie teria causado um grande impacto ecológico nos períodos Jurássico e Cretáceo. Contudo, as hipóteses eram baseadas em evidências anatômicas, como o desgaste dos dentes, morfologia da mandíbula e comprimento do pescoço, e não na dieta do animal.

No ano de 2017, pesquisadores do Museu Australiano de História Natural da Era dos Dinossauros encontraram o esqueleto de um saurópode adulto na Formação Winton, na Austrália. Durante a análise, os cientistas estudaram o conteúdo intestinal fossilizado, preservado em uma camada de rocha na região abdominal. Foram identificadas pínulas de coníferas, folhas de angiospermas e estruturas reprodutivas de samambaias.

Também foram detectados biomarcadores químicos ligados a gimnospermas e angiospermas. "Isso implica que pelo menos alguns saurópodes não eram seletivos, mas sim se alimentavam de qualquer planta que pudessem alcançar e processar com segurança", afirma o paleontólogo Stephen Poropat. Segundo ele, essas descobertas reforçam a ideia de que os saurópodes exerceram enorme influência sobre os ecossistemas mesozoicos.

A análise revelou ainda que o animal não mastigava bem sua comida. Em vez de usar dentes e saliva para triturar os alimentos, contava com a fermentação promovida por sua microbiota intestinal. "As plantas apresentam evidências de terem sido cortadas, possivelmente mordidas, mas não mastigadas, apoiando a hipótese de alimentação em massa em saurópodes", explica Poropat.

Alimentação

Inicialmente, os cientistas esperavam encontrar apenas evidências da dieta herbívora, mas ficaram surpresos com a presença de angiospermas no intestino fossilizado. "As angiospermas tornaram-se aproximadamente tão diversas quanto as coníferas na Austrália há cerca de 100 a 95 milhões de anos, quando este saurópode ainda existia", comenta o pesquisador.

Isso sugere que os saurópodes se adaptaram rapidamente à presença das angiospermas, incorporando-as à dieta em cerca de 40 milhões de anos após seu surgimento. Os pesquisadores também acreditam que, antes de atingirem a fase adulta, esses dinossauros se alimentavam de plantas em crescimento.

Filhotes de saurópodes, por exemplo, comiam vegetação baixa. À medida que cresciam, perdiam o a esse tipo de planta e, apesar de conseguirem alcançar copas de árvores, essas folhas eram mais fibrosas e difíceis de digerir. O espécime analisado no estudo se alimentava de brotos, brácteas, samambaias e árvores jovens de coníferas — todos alimentos mais fáceis de processar. Essa estratégia alimentar pode ter sido fundamental para a sobrevivência da espécie por cerca de 130 milhões de anos.

Porém, como destaca Poropat, o estudo é limitado uma vez que foi baseado no conteúdo intestinal de um único indivíduo. Ou seja, os dados refletem apenas uma ou algumas refeições desse saurópode subadulto — que já tinha superado a fase juvenil, mas ainda não era um adulto completo. Ainda não é possível afirmar se essa dieta era representativa da espécie, nem como a alimentação variava conforme a idade ou as estações do ano.