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Notícias / Arqueologia

Morte de homem de 17 mil anos tem causa finalmente desvendada

Indivíduo, conhecido como Tagliente 1, teve seus restos mortais descobertos em 1973, durante escavações no abrigo rochoso Riparo Tagliente

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 21/05/2025, às 17h30

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Local de origem e ossos do morto - Divulgação/Sparacello VS et al.
Local de origem e ossos do morto - Divulgação/Sparacello VS et al.

Cerca de 17 mil anos atrás, um homem que vivia no território que hoje conhecemos como a Itália foi morto de forma brutal, vítima de uma emboscada. Um novo estudo revela que ele foi atingido por projéteis com pontas de sílex, que causaram profundos cortes em seu fêmur e tíbia esquerdos.

Esse indivíduo, conhecido como Tagliente 1, teve seus restos mortais descobertos em 1973, durante escavações no abrigo rochoso Riparo Tagliente, localizado no nordeste da Itália. 

Fim do mistério

Embora seus ossos sejam estudados há décadas, a causa de sua morte permanecia um mistério — até agora. Uma análise recente publicada na revista Scientific Reports, em 28 de abril, identificou marcas que indicam claramente uma morte violenta.

A descoberta é considerada uma das primeiras evidências diretas de ferimentos causados por projéteis em restos humanos tão antigos. Os ossos de Tagliente 1 foram parcialmente recuperados — apenas os membros inferiores e fragmentos da parte superior do corpo foram encontrados devido a perturbações no local de escavação. Ele viveu durante o período Epigravetano Superior (entre 17.000 e 14.500 anos atrás), logo após o auge da última era glacial.

Análise detectou fraturas nos ossos - Sparacello VS et al.

Com base em uma análise feita em 2024 de seus ossos da perna, pélvis e dentes, os cientistas estimam que ele tinha entre 22 e 30 anos no momento da morte. O bioarqueólogo Vitale Sparacello, da Universidade de Cagliari, liderou o estudo e identificou três cortes paralelos no fêmur esquerdo ao examinar imagens 3D dos restos mortais. Posteriormente, sua equipe encontrou outras duas marcas na tíbia.

Como casos de violência paleolítica são raros, cada nova evidência é valiosa para entender a dinâmica social dos povos antigos. A equipe usou um microscópio eletrônico de varredura para estudar a profundidade e a forma dos cortes. Descobriram que quatro das cinco lesões foram causadas por projéteis com ponta de sílex lançados em alta velocidade.

Para confirmar a origem dos ferimentos, os pesquisadores compararam as marcas com as deixadas em experimentos anteriores, nos quais armas semelhantes foram usadas contra carcaças de ovelhas e cabras. Os padrões de impacto nas ossadas mostraram semelhanças claras com os ferimentos de Tagliente 1, repercute o Live Science.

Lesões na tíbia esquerda de Tagliente 1 - Sparacello VS et al.

A posição dos cortes indica que ele foi atingido tanto de frente quanto por trás, o que sugere a presença de múltiplos agressores ou que ele foi ferido durante uma tentativa de fuga.

Segundo os pesquisadores, os ossos não mostram sinais de cicatrização, o que indica que ele morreu pouco depois de ser atingido. Uma das feridas pode ter atingido a artéria femoral, o que provavelmente causou a morte em poucos minutos.

É difícil imaginar isso como um acidente", comentou Sparacello ao portal Live Science. "Muito provavelmente, foi uma emboscada."

Embora a identidade dos agressores continue desconhecida, há teorias baseadas em estudos anteriores. Uma pesquisa de 2016, publicada na revista Nature, sugere que o uso de armas de projétil está mais relacionado a conflitos entre grupos do que a disputas individuais.

Acredita-se que mudanças climáticas na época — como o recuo das geleiras e a abertura de novos territórios — tenham intensificado a competição por recursos, o que pode ter desencadeado esse tipo de violência.