Sargento York, um dos dramas de guerra mais marcantes da história, só teria sido filmado após cumprir três condições impostas pelo militar retratado
Publicado em 01/06/2025, às 13h00 - Atualizado em 04/06/2025, às 07h10
"Sargento York", o maior sucesso de bilheteria de 1941, é considerado um dos dramas de guerra mais marcantes já feitos no cinema justamente por sua profunda conexão com a história real do herói que retrata.
Baseado na trajetória de Alvin C. York, lendário soldado da Primeira Guerra Mundial, o longa produzido por Jesse L. Lasky não apenas dramatiza feitos extraordinários, mas também se destaca por ter sido realizado com a consultoria direta do próprio York, conferindo à obra um realismo raro em produções do gênero.
Conforme informações do portal ScreenRant, o americano ficou conhecido por liderar um contra-ataque decisivo durante uma ofensiva brutal das forças alemãs, que havia deixado seu batalhão encurralado sob intenso fogo de metralhadoras e artilharia.
Em meio ao caos, York avançou armado apenas com uma pistola, matou diversos inimigos e conseguiu capturar um enorme grupo de soldados alemães — ou, segundo ele, "apenas" 132. O feito impressionante lhe rendeu a Medalha de Honra e o transformou em uma das figuras mais lendárias da história militar dos Estados Unidos.
Durante anos, York resistiu à ideia de vender os direitos de sua história, cedendo apenas sob condições rigorosas: a primeira delas era que sua parte dos lucros fosse destinada à construção de uma escola bíblica interdenominacional em seu estado natal, o Tennessee. A segunda, que a atriz que interpretasse sua esposa Gracie não fosse fumante — prática que ele desaprovava — e, segundo consta, que Gary Cooper o interpretasse.
A fonte destaca que há controvérsias quanto a essa última exigência, mas o fato é que Cooper entregou uma performance memorável, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator em 1942.
O filme, lançado em plena Segunda Guerra Mundial, não se limitou ao campo de batalha. De acordo com a fonte, grande parte de sua narrativa é dedicada à juventude de York nos Apalaches, retratando-o como um homem em conflito: um pacifista religioso propenso a brigas de bar, que tenta escapar do recrutamento por objeção de consciência antes de aceitar o dever de lutar.
Esse arco espelha a transição cultural dos Estados Unidos, que, de nação isolacionista, ava a justificar sua entrada no conflito global — tal como York precisou encontrar seu próprio motivo para ir à guerra.
Mais do que um relato biográfico, é importante mencionar que "Sargento York" se tornou uma poderosa peça de propaganda patriótica.
Lançado num momento em que os Estados Unidos ainda consolidavam sua entrada na guerra, o filme inspirou jovens a se alistarem e consolidou a imagem de York como herói nacional.
