Risco de impacto com a Terra foi praticamente descartado (apenas 0,004% de chance), mas possibilidade de colisão lunar intriga astrônomos
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 10/06/2025, às 15h40
Descoberto em 27 de dezembro de 2024, o asteroide 2024 YR4 atraiu atenção global devido à sua trajetória inicial, que sugeria um risco aproximado de 3,1% de colisão com a Terra. Felizmente, análises mais recentes revisaram esse cenário para um risco quase nulo — atualmente estimado em apenas 0,004%. A Lua, porém, pode não ter a mesma sorte.
A última atualização divulgada pela NASA em 5 de junho indica que o corpo rochoso ará perigosamente perto do satélite natural em 22 de dezembro de 2032, a uma distância de pouco mais de 10 mil quilômetros — equivalente a 0,00007 unidades astronômicas. As chances de um impacto direto com a Lua agora são calculadas em 4,3%, ou cerca de uma em cada 34 possibilidades.
Com dimensões estimadas entre 53 e 67 metros de comprimento — o tamanho de um prédio de 10 andares —, o 2024 YR4 poderia causar danos significativos caso atingisse a Terra, gerando explosões atmosféricas ou até tsunamis se caísse em oceanos. Para a Lua, no entanto, o impacto deve resultar apenas em uma nova cratera visível da Terra, sem qualquer efeito sobre sua órbita.
Acreditamos que o fenômeno seria visível daqui. Além disso, fragmentos lunares podem ser ejetados e, eventualmente, cair na Terra de forma segura, como meteoritos", explicou Richard Moissl, chefe da Agência Espacial Europeia (ESA), em entrevista ao portal IFLScience.
Os astrônomos aguardam 2028, quando o asteroide deve se tornar visível para telescópios terrestres e espaciais. Nessa fase, novas medições serão feitas para determinar com precisão sua forma, massa e composição — informações cruciais para estimar os reais efeitos de um eventual impacto.
Enquanto isso, segundo a 'Revista Galileu', agências como NASA e ESA seguem monitorando o 2024 YR4 de perto, cientes de que qualquer colisão lunar representaria não um perigo, mas uma oportunidade inédita de estudo para a ciência espacial.
