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Escavações próximas a antiga lanchonete romana na ilha de Maiorca, na Espanha, revelam novas pistas sobre comida de rua da era romana; confira!
Publicado em 11/06/2025, às 10h26
Uma das maiores civilizações que já existiu, os antigos romanos já tinham algo que, para muitos, é um tipo de estabelecimento bastante atual: fast-foods. Claro, eles não tinham variedades de hambúrgueres e pizzas como temos hoje — mas um novo estudo descreve alguns dos aperitivos que poderiam ser encontrados neles.
Durante escavações em uma lixeira próxima a ruínas antigas de uma lanchonete da cidade de Pollentia, na atual ilha de Maiorca, na Espanha, foram encontrados ossos de pequenos tordos que, por sua vez, podem ter estado entre os principais pedidos do local há 2.000 anos.
"Com base nas tradições culinárias locais aqui em Maiorca — onde o tordo-cantador (Turdus philomelos) ainda é consumido ocasionalmente — posso dizer por experiência própria que seu sabor é mais parecido com o de pequenas aves de caça, como a codorna, do que com o de frango", comenta o pesquisador do Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados em Maiorca, Espanha, e principal autor do estudo, Alejandro Valenzuela, ao Live Science.
No estudo, publicado no International Journal of Osteoarchaeology, Valenzuela detalhou sua análise de uma coleção de ossos de animais descobertos em Pollentia. Essa cidade, vale mencionar, foi estabelecida depois que os romanos conquistaram as Ilhas Baleares em 123 a.C., e rapidamente tornou-se um porto romano ativo, expandindo-se para incluir um fórum, templos, cemitérios e várias lojas.
Uma dessas lojas, por sua vez, provavelmente funcionava como uma "popina", um estabelecimento onde moradores se reuniam para comer um lanche ou beber vinho, tendo em vista que foram encontradas seis grandes ânforas incrustadas em uma bancada.
E nas proximidades dessa loja, os arqueólogos encontraram uma fossa séptica com cerca de 4 metros de profundidade, que estava cheia de lixo. Ali, havia cerâmicas quebradas — que ajudaram a datar o uso da fossa de entre 10 a.C. até 30 d.C. —, bem como uma variedade de ossos de mamíferos, peixes e pássaros.
Valenzuela, porém, focou suas investigações nas pequenas aves da antiga dieta maiorquina, tendo em vista que seus ossos costumam ser mal preservados em sítios arqueológicos, mas, surpreendente, no poço em questão, havia mais ossos de tordos que de qualquer outra espécie de ave.
Após observar atentamente os ossos de tordo encontrados na fossa, o pesquisador percebeu um padrão: apesar de existirem vários crânios e esternos dos pequenos pássaros, quase não havia ossos de asas e pernas, ou mesmo da parte superior do peito, que são associados às partes mais carnudas da ave.
Logo, com a ausência das partes mais carnudas das carcaças das aves, é sugerido "que os tordos eram amplamente consumidos, fazendo parte da dieta diária e da economia alimentar urbana" de Pollentia, conforme escreve Valenzuela no estudo.
Vale mencionar que registros históricos atestam que os caçadores romanos frequentemente capturavam estes pássaros em grandes grupos utilizando-se de redes ou armadilhas, e depois os vendiam a vários estabelecimentos que os cozinhavam e distribuíam como alimento.
Com isso, o pesquisador acredita que as aves eram preparadas removendo o esterno para achatar os peitos, técnica esta que possibilitaria sua cocção mais rápida. Além disso, fragmentos de cerâmica também sugerem que essas aves eram servidas em pratos, exatamente como seria em um jantar caseiro.
No entanto, dado o seu pequeno tamanho e o contexto de comida de rua, também é inteiramente plausível que tenham sido servidos em espetos ou palitos para facilitar o manuseio — ambas as opções são possíveis", afirma Valenzuela ao Live Science.
Além dos ossos de tordo, o pesquisador também descobriu que os romanos comiam galinhas domésticas (Gallus gallus) e coelhos europeus (Oryctolagus cuniculus) em grande quantidade, o que também sugere que estes animais eram comuns no cardápio da antiga lanchonete.
Por fim, Valenzuela destaca no estudo que as cidades romanas tinham uma abordagem dinâmica à comida, visto que produtos sazonais como tordos eram facilmente integrados às dietas do dia a dia, e que "a comida de rua era um componente fundamental da experiência urbana".